Jornada do Escritor: Dia 16 de 30
Dia 16: Vencendo a resistência. Vislumbre a esperança
Você chegou ATÉ AQUI, não se permita fracassar. Desistir não é uma opção. A Resistência vai querer dar as mais diversas desculpas para te convencer do contrário. Não escute a voz do desânimo. Use isso como combustível para impulsionar a escrita de hoje. Inspire-se nas dúvidas e questões internas que estão te rondando nestes dias e as externalize no texto de hoje.
Eu sou como uma atleta das palavras. Uma pensadora grega que ainda não sabe sobre nada. E dentre os jogos solenes até aqui apresentados, escolho, persisto e permaneço na jornada. Uma vez na pista, não faz sentido correr para trás. Nosso a.c e d.c demarcando antes e depois de um coronavírus logo foi substituído pelo a.j d.j, o famoso antes e depois dessa jornada inesquecível. Nem mesmo os maiores filósofos compreenderiam o impacto causado em mais de mil pessoas participando de uma academia de escrivães inconformados.
Conforme os dias passam, vejo como incorporo tamanha compleição; a de uma verdadeira participante do atletismo, através do exercício da escrita. A corrida faz pausas, mas não para. Não perde o ritmo, permanece constante, até que venha o momento de duplicar a distância e altura dos seus saltos. Por isso, os meus olhos não piscam e as minhas mãos suam, pelo maior esforço feito pela mente e a imaginação que me rodeia; como, de fato, é um esporte. As lutas são diárias. Não, eu não sou de Esparta. Não tenho prazer em derramar sangue; mas com ele posso ter um testamento escrito e milhões de cartas em Atenas ao olhar no alto do Partenon, percebendo que nas maiores ruínas se fazem as melhores histórias. Escrever e não esconder o resultado no fundo de uma caverna, não rascunhar em uma tábua ou simplesmente não abandonar as palavras deixando-as que se arrastarem pelas águas é o mínimo que poderia fazer. Sei que há um mundo imenso para descobrir e criar. Não posso fugir, logo agora, com mais alguns quilômetros de caminhada.
Mas a verdadeira guerra é a interna. Contudo, não me deixarei abater. E ainda que um dia não me ouçam ou alguém não me permitir entrar dentro do areópago para ouvirem as minhas palavras, receberem as minhas pregações, confissões e questionamentos em seus sentidos metafísicos, simples e ao mesmo tempo tão desvinculados do presente; com espírito pertinaz intitulo a minha própria cidadania nesta cidade, e direi que uma mulher que escreve tem muito mais do que mera graciosidade. Dentro do Templo de Zeus, vejo-me alimentando as folhas de escritos na luz de uma candeia; pensando em como terminar as histórias dos deuses que se eternizaram em palavras escritas pela pena de um atleta da antiguidade. Como tais relatos permaneceram? Se as mãos não escrevem, as próprias pedras falarão.
Eis, como sempre, o meu ritual: enquanto atletas físicos dizem "Levanta e anda", atletas da palavra destacam um "sente-se e escreva" abstendo-se de todo efeito colateral. E a corrida literária continua, esperando ser anunciada a sua vitória em pequenos folhetos distribuídos em casa feito jornal. São as nossas puras memórias.
Com a coroa de louros envolvendo a cabeça, sigo recusando as falácias da negligência. Sabendo que está próximo o dia em que a minha carreira, tão esperada, vencerei. Ou melhor, darei início; com, finalmente, um passo firme. E mesmo depois de terminar, lembrando-se sempre de que não há idade para se aposentar desse esporte, muito menos permissão para abandoná-lo. Desistência não está mais no dicionário.
“O cansaço pode ser o catalisador para a tua mudança, para encontrares uma situação melhor. Entrega-te, confia e acima de tudo descobre a tua melhor versão.”
- Escrita Instantânea Pudim Flan.
MoDE- Movimento da Escrita Brasil